- meu signo mudou

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Eu não sei ao certo porque isso vem me intrigando e mantendo meus olhos arregalados todos os dias ao dormir. Independente de prover da criação, ou da própria personalidade eu vivi 20 anos sendo assim. Não tinha porque me rebelar por algo que estava incorporado e o qual eu já havia me acostumado. Tão normal, que até as suas conseqüências eram aceitas. Eu já nem cobrava mais. Nem de mim, nem de terceiros. Assim como lavar o rosto pela manhã, eu seguia acreditando nas pessoas. Se duvidar, senão mais banal. Por achar fantástico o relacionamento humano, qualquer nova pessoa conhecida, automaticamente uma nova amizade. Entrega e carinho já fazia parte do pacote, sem adicionais. E fui dando cara, perna, braço e coração à tapa. Mesmo destruída e com cicatrizes ainda abertas, fui aceitando desafios. “Opa, pode entrar.” Sem esperar algum retorno, inconscientemente eu fui esquecendo do que foi aprendido sobre reciprocidade. E não é que agora eu vá ficar só, até porque eu não acredito que a solidão dê certo. Mas digamos que foi aberta a temporada do auto questionamento e a boa nova é seleção. Parece-me apropriado terminar o ano tomando essa atitude. É feito limpar o armário: o que é bom e ainda serve, fica. É o momento certo para administrar quem terá o prazer e principalmente potencial para receber os meus cuidados. E não é marketing, não. Mas se existe algo em que me tornei phd, foi na meteria dos ursinhos carinhosos. “Seja boazinha, trate com carinho e te submetas”. Um breve comercial então. Eu vou doar pra também receber. Caridade eu estou fazendo pra quem precisa. Não quero mais brincar dessa chatice de preocupação em vão. Parceria então, agora é objeto para colecionador. Durante todos esses anos ninguém nem ao menos ressarciu meus analgésicos! E quem soube valorizar já nem deve mais estar me lendo. E sabe que eu manifesto um “obrigada senhor” todas as noites. Agora ao restante, nem uma segunda chance. Eu estou ouvindo uma cabeça que enfim voltou a funcionar e dormindo em paz outra vez. Todos o peso morto adquirido em anos está à um passo de ser liquidado. Façam as malas, meu signo mudou.

metáforas, apenas metáforas

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Atá houve algumas tentativas de minha parte. Faltam números para falar de todas as vezes em que engoli em seco os desaforos e atos que um dia desaprovei. Eu vi minha personalidade, um de meus únicos troféus, virar pó. E eu tenho certeza de que todas as culpas são minhas. Eu não quis desistir. Não aceitei a ideía de meio castelo ser desperdiçado. Fui só eu quem aceitou a condição de não ser a tua prioridade. Por menos avisos que tiveram pregados em paredes, você me deixou pistas desde o início de se seria assim. Você em seu mundo. Eu com minha fantasia de que tudo poderia mudar. Você dizendo que me amava e eu fingindo que acreditava. Que as palavras bastavam. Foi mesmo o tempo que me cegou. E foi por comodidade que permaneci. Não a financeira que sustenta milhões de casamentos. Não por nossos filhos que precisam de um referencial. Não por ter o seu nome carimbado em minha identidade. Eu simplesmente transformei meu coração em um ser atrofiado. Sem ousadia e que se contenta em ouvir um eu te amo em datas festivas. Que não se importa mais em dormir com pés gelados e costas batendo em costas. Estou criando um coração acomodado. A solidão e a idiferença tornaram-se com o tempo tão comum quanto a marca da aliança. Quanto minha solidão nas sextas-feiras.Paixão e entusiasmo foram esquecidos como a nossa casa de praia, que recebe aparos apenas nas temporadas. Um cotidiano foi nascendo para ser seguido 365 dias consecutivos. E as promessas, beijos trocados todos os finais de ano duram tanto quanto uma garrafa de champagne. E foi dessa forma, com nossos sorrisos de plástico e filhos bem educados que convencemos vizinhos e parentes de que somos um casal feliz. Que uma bela casa, uma conta bancária de saldo positivo e restaurante caros aos finais de semana, são o bastante para manter um casamento estável. E até você foi convencido pela teoria. Teve todos os seus sonos profundos durante esses anos que dormiu ao meu lado. Mas vocês estão mesmo certos ao relacionar tudo isso a estabilidade. Tola mesmo sou eu em perceber aos 40 anos que estabilidade não completa ninguém. Que tudo que você me deu foram supérfluos e não podiam me fazer feliz. Que esse casamento não me envolveu nem por um segundo e que falta fez o gosto do risco, do medo de perder e dos ciúmes bobos. O caos começou foi agora com amaturidade e não quando eu disse sim pra você em frente à um padre. E a culpa realmente é toda minha.

- 169 itens.

domingo, 9 de novembro de 2008

Eu poderia escrever um livro ditando as qualidades que um amigo deveria ter. Reconhecendo cada gesto e me apaixonando por eles pelo menos uma vez por dia, tenho 169 itens de coisas que essa moça foi me mostrando. Sendo bem legal, eu diria 169. Não querendo fazer muita propaganda e não ousando em dizer que ela se supera a cada minuto e não a cada dia. Se você odeia amizades de fases e desistiu de procurar aquela amiga com quem você possa passar por tudo junto e não se cansar, que você assume pra ela o que assume só pra si mesma, que ela te põe na lista de prioridades como você costumou fazer durante todos esses anos e não obteve sucesso, que faz da distância ser apenas um detalhe quando o quesito é presença. Te digo por experiência própria que não há nada mais comum que sua melhor amiga se torne apenas amiga-colega depois de alguns meses. Ou ela se muda pra outro país, ou sua mãe te carrega pra bem longe e os horários de MSN não batem, ou ela arruma um namorado e passa a te ver só nos finais de semana, ou a mãe dela a proíbe de sair com você, ou ela fica com seu ex ou atual namorado, ou a inveja destrói tudo (uhum, trust me.). São coisas da vida e aposto que se não aconteceu com você, aconteceu com sua vizinha! Mas oh, se você tiver sorte, depois de muita prece e macumbas de todos os tipos, papai do céu ou a vida mesmo, te manda uma dessa aí. E se ela preenche os quesitos ali de cima e principalmente se na lista de prioridades ela escreveu seu nome com caneta colorida, tatua na nuca, filha! É a irmã que não dividiu o berço porque a cegonha se atrapalhou lá em cima. Basta que a relação de troca entre vocês seja justa, pra ser real. E se é real, basta! Lembre-se que depois de tudo o que fica são as verdadeiras amizades. Que seu namorado pode te trair amanhã ou você pode até se casar com ele, mas nas quartas-feiras de futebol, quem te faz companhia no sofá vendo filme antigo e trocando receitas, são elas. E é com a boca cheia de brigadeiro nesse mesmo sofá que eu digo: é o maior amor do mundo. Procure pela sua certeza. Eu já achei a minha.